terça-feira, 10 de abril de 2012

Texto de Gabriele Barbosa:

Terça-feira,havia um lugar ao meu lado,um alguém esperado e umas coisas pra falar.Mas eu não consegui.Fiquei lá ,paralisada, respirei o mais fundo que pudi e deixei que ele passasse.É claro que senti meu peito doer,mas eu deixei que o tempo curasse,afinal,ele estava conseguindo fazer isso tão bem nos últimos dias.
Ah,terça-feira!Me lembro como se fossem fendas em mim:três bancos vazios,um menino,um outro menino e o meu medo.Um olhar,um sorriso,apenas lembranças que eu inventei.O final de semana passou,o feriado passou,o aniversário dele também passou.Eu fingi,continuei ali e não sorri.
Ta,eu sei que eu devia ter ao menos cedido lugar ao meu lado,mas eu também sei que ele nem ia dar bola pra mim.Tudo bem,talvez até desse,mas ia ser pra me pedir chiclete e eu não ia passar por isso,não mesmo.Sim,eu sei,eu devia ter perguntado da festa de aniversário ou dado um abraço nele,mas eu não fiz,não fiz.É,eu olhei,sim para aquele sorriso horrível de dentes tão perfeitos e brancos,mas foi por força do hábito,acredite.E não,eu não senti minhas pernas amolecerem,quando ele entrou por aquela porta -tudo bem,talvez um pouco,mas nada demais.
Mas e daí?Eu sei que amanhã eu vou estar lá de novo,no mesmo banco,com o mesmo medo, esperando incessantemente alguma coisa mudar,mesmo que não mude.Acho que isso tem um nome,não?Como é mesmo o nome disso?Ah,sim,é o tal do amor!Acho que já ouvi falar dele.É aquela palavrinha que todo mundo tem tanto medo,não é?Bem,então talvez seja isso,o amor!Aquele das dores e dos temores,não é?

Nenhum comentário:

Postar um comentário